Como compliance e manutenção preventiva se relacionam na indústria?

Buscar a padronização dos processos e estar em consonância com as legislações vigentes nunca foi tão importante. Não à toa, o conceito de compliance tem sido cada vez mais discutido em indústrias de todos os segmentos. Mas, além de melhorar a imagem e o relacionamento com os stakeholders, quando aliado à manutenção preventiva dos ativos, pode se tornar uma ferramenta ainda mais poderosa.

 para evidenciar como compliance e manutenção preventiva devem andar juntos, que criamos este artigo. Nele, mostraremos a relação entre eles e, também, como fazer para alcançar resultados ainda melhores, tanto na imagem externa quanto nos processos internos. Acompanhe!

Saiba a importância do compliance para a indústria

Com a globalização, muitas empresas abriram filiais fora do país, assim como novas chegaram ao Brasil. Entretanto, ao fazer isso, uma série de leis, normas e regulamentos próprios do lugar devem ser observados. Questões trabalhistas, por exemplo, têm diferenças significativas quando comparamos o regramento brasileiro com o de outros países. Mas esse é apenas um dos casos que levaram a indústria a investir na elaboração do compliance.

O termo nasceu da palavra inglesa comply que, em tradução literal, significa “cumprir”. O documento, então, é um instrumento onde há total transparência sobre as regras e normas que devem ser seguidas por todos que fazem parte da empresa. O compliance ganhou evidência a partir de 2013, quando foi sancionada a Lei Anticorrupção, que coloca sobre pessoas jurídicas a responsabilidade por práticas ilícitas cometidas por funcionários e quaisquer outros que estejam envolvidos na atividade ? como terceirizados e fornecedores.

Antes da lei, as companhias atuavam apenas de forma reativa. Caso seu nome estivesse envolvido em algum entrave jurídico, eram tomadas as providências. O compliance mudou essa postura, permitindo que todo o conjunto de normas de uma empresa fosse previamente informado aos envolvidos. Assim, age de modo a evitar essas situações.

Mas, além das questões jurídicas e financeiras, o compliance vem sendo aprimorado com uma série de regras que se aplicam à indústria, de maneira geral. Leis importantes, como as NR12 e NR13 e, também, procedimentos que se aplicam à manutenção, como o descarte correto do lubrificante após as trocas, têm exigido ainda mais rigor por parte dos gestores.

Compliance e manutenção preventiva: entenda a relação entre eles

Para que os ativos estejam disponíveis sempre que necessário, cumprir o calendário de manutenções é fundamental. E, visto que esse setor também precisa seguir uma série de normas de procedimentos padrão, não fica difícil entender como compliance e manutenção preventiva se relacionam. Entretanto, ainda é raro encontrar gestores que percebam esse vínculo e aliem os dois.

São muitas as rotinas da manutenção preventiva que têm impacto na imagem externa da empresa. Além dos já mencionados procedimentos de manuseio e descarte do óleo usado, não podemos deixar de citar a segurança dos trabalhadores.

Um bom exemplo vem do setor siderúrgico, onde as altas temperaturas da operação oferecem riscos diretos aos colaboradores. O balancim hidráulico é o responsável por entornar o forno elétrico para o despejo da escória e do metal fundido na panela. Então, caso esse componente quebre, todo o material pode cair fora do local determinado. A manutenção preventiva, claro, tem papel determinante em garantir que isso não aconteça.

Boas práticas para aliar compliance e manutenção preventiva

Mesmo que muitos ainda tratem compliance e manutenção preventiva como coisas distintas, já existe uma norma que prevê o alinhamento entre eles. Estamos falando da ABNT NBR ISO 55000:2014, que dispõe sobre a integração da Gestão de Ativos (manutenção preventiva) e Governança Corporativa (compliance). Isso se deve ao fato de que ambos os conceitos têm como princípio a geração de valor, tanto para acionistas (shareholders) quanto para fornecedores, clientes, colaboradores e sociedade em geral (stakeholders).

Explore o potencial interno do compliance

Embora o foco do compliance esteja muito atrelado às questões externas, como imagem corporativa e cumprimento de legislações, um dos princípios é a transparência de todas as ações. Os envolvidos devem estar cientes de cada etapa e ter fácil acesso aos documentos necessários em caso de dúvidas.

Esse tipo de conduta deve ser instituída internamente, na comunicação entre os setores e na fiscalização dos processos. Por ter um calendário de manutenção determinado, é possível prever, antecipadamente, todos os detalhes. O alinhamento com o compliance garante a lisura nas compras de insumos, a execução dos trabalhos dentro do prazo e o atendimento às normas preestabelecidas.

Comunicação aberta e transparente

Esse tópico se relaciona com um assunto muito presente aqui no Portal: a Indústria 4.0. Mesmo que máquinas modernas, robôs e inteligência artificial sejam, sim, parte imprescindível da nova Revolução Industrial, o potencial de transformação está, na verdade, nos processos internos. A troca de informações entre departamentos permite agilidade na resolução de problemas, assim como engloba todos os profissionais no compromisso de zelar pela governança corporativa.

Mas alinhar compliance e manutenção preventiva não deve acontecer apenas por determinação da ABNT. Toda indústria, independente do segmento, tem muito a ganhar ao instituir ações que unam esses dois preceitos. Isso porque, como mencionado, ambos têm o objetivo comum de agregar valor ao negócio, dessa forma, trabalhá-los em conjunto é uma maneira muito mais eficiente de se alcançar isso.

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